segunda-feira, 21 de maio de 2012

Doenças na África


O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o coreano Wook Jong-Lee, criticou a "lentidão" dos líderes mundiais no combate às doenças na África, defendendo mais investimentos para o setor: “A demora da resposta mundial contra as doenças na África contrasta com a necessidade da população de ter acesso a saneamento básico”.
Algumas das doenças presentes na África, como a malária, que tem na região 90% de todas as mortes causadas por si, podem ser prevenidas e são curáveis, mas continuam causando mortes devido ao limitado acesso aos cuidados sanitários. Já a Aids, que infecta 30 dos 800 milhões de habitantes africanos e um terço das pessoas portadoras de todo o mundo, poderia ser prevenida se o governo se voltasse mais para a educação e informação da população.
A ONU alerta para a vulnerabilidade das mulheres africanas diante da doença. A maioria delas contrai o vírus em idade inferior à dos homens. A média de infecções com o HIV no continente é de 36 mulheres para cada dez homens. Em 2005, das mais de 17 milhões de portadoras no mundo, mais de três quartos viviam na África subsaariana.
A epidemia afeta o desenvolvimento econômico e demográfico da região. Estima-se que em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul, por exemplo, seja 17% inferior caso o país não enfrente a epidemia. Também está prevista uma queda na expectativa de vida para 45 anos na África meridional entre 2005 e 2010.
Além disso, apesar de a África ser o "epicentro mundial da epidemia", segundo a ONU, apenas 810 mil pessoas recebem tratamento anti-retroviral na região subsaariana. Cerca de 5 milhões de portadores precisam de atendimento.
Na luta contra a aids em 2005 foram investidos US$ 8,3 bilhões e o cálculo é de que em 2006 serão destinados US$ 8,9 bilhões para combater a doença. No entanto, a ajuda está longe dos US$ 14,9 bilhões que a Unaids considera necessários. Do total, 55% teriam que ser destinados apenas para a África, segundo o mesmo relatório.
Mas além da aids e da malária, a região africana é também afetada por outras doenças como a doença do sono que ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana e a também a hanseníase que atinge mais de 6% da população, somando 690 milhões de pessoas. A tuberculose é outra, que apesar de ser fácil de ser combatida, mata anualmente meio milhão de pessoas no continente, sobretudo os mais pobres.

Matheus Otávio

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